O ano começou agitado nas bolsas de todo o mundo. Os temores com o segmento subprime do mercado imobiliário norte-americano voltaram a visitar a renda variável e trazer volatilidade adicional a um cenário já conturbado.
Enquanto se discute o grau de desaceleração da economia dos EUA, o mercado, à mercê da volatilidade, não mostra definição de tendência. Para o grafista Ricardo Borges, nem mesmo o volume sinaliza se o comportamento técnico do Ibovespa é de distribuição ou novo período de acumulação.
Em momentos de indefinição como o atual, os investidores tendem a priorizar ainda mais a liquidez. Na Bolsa brasileira, falar em liquidez é falar em Petrobras ( PETR4) e Vale ( VALE5). Na atual conjuntura, o que terá a análise técnica a dizer sobre estes ativos?
Vale em dúvida
A começar pela mineradora, Rubens Góes, analista técnico da Ativa Corretora, vê claramente a falta de tendência no comportamento destes papéis. Caso caiam abaixo dos R$ 48,00, as ações preferenciais classe A da Vale perderiam a linha de tendência de alta do gráfico de 60 minutos, em busca de novos suportes em R$ 47,43 e R$ 46,67.
Abaixo destes patamares, encontra-se o fundo do canal de baixa na faixa de R$ 46,00, onde Góes enxerga um ponto de compra especulativa, com stop loss abaixo de R$ 45,76. Na contrapartida, acima de R$ 49,20 os papéis da mineradora poderiam buscar os R$ 50,00, primeiro ponto a ser rompido para o mercado tentar engatar trajetória ascendente. As próximas resistências estão em R$ 50,65, R$ 51,15 e R$ 52,35.
Com foco maior no gráfico diário, o analista técnico Gustavo Lobo vê estes papéis em tendência de baixa secundária, com objetivos em R$ 44,00 e R$ 40,00. Mas antes de buscar estes patamares, as ações da Vale devem encontrar suporte nos R$ 47,00. Por outro lado, a resistência fica na região de R$ 52,00, sendo que somente acima deste ponto os ativos reencontrariam a tendência primária de alta.
Para Ricardo Borges, os ativos da mineradora caminham de lado entre o forte suporte em R$ 46,80 e resistência na casa de R$ 56,00. Assim como ocorre com o Ibovespa, o volume não traz maior precisão técnica se o comportamento destes papéis é de distribuição ou acumulação, sem definir tendência de alta ou baixa.
Próxima deste forte suporte, Borges enxerga um atrativo ponto de compra. Contudo, a perda dos R$ 46,80 abriria as portas para forte correção, com busca do patamar de R$ 37,40, linha de tendência de médio prazo. Sem quebrar o primeiro suporte, a tendência de alta estaria definida acima de R$ 56,00, e num primeiro momento o próximo objetivo estaria em R$ 66,00.
Petrobras pende para a alta
De forma geral, os analistas técnicos destacam também um cenário pouco definido para os papéis da Petrobras, embora a percepção pareça ser mais positiva do que no caso da Vale. Na avaliação de Góes, da corretora Ativa, o gráfico mostra formação de baixa perdida em R$ 83,20, que antes de buscar novo suporte em R$ 79,44 encontra pontos intermediários em R$ 81,45 e R$ 80,25. Os próximos suportes estão em R$ 78,62, R$ 78,00 e R$ 76,72.
Contudo, o analista destaca que o papel ainda fica acima da linha de tendência de alta no Estocástico. Acima de R$ 82,30 a ação preferencial da estatal volta a ficar e congestão, com objetivos em R$ 83,00, R$ 84,50 e R$ 85,50. As próximas resistências estão nos patamares de R$ 85,90, R$ 86,50, R$ 87,74 e R$ 88,40.
Lobo vê que este ativo ainda continua em correção dentro da tendência de alta primária. Os suportes imediatos estão em R$ 78,60 e R$ 77,00, sendo o mais importante deles na casa dos R$ 72,00. O analista diz que, a princípio, a correção ainda não terminou, e estes suportes podem ser testados. Lobo também enxerga forte resistência em R$ 88,00, patamar este que superado abriria as portas para a continuação do movimento de alta.
Ricardo Borges, por sua vez, avalia que os papéis da Petrobras mostram tendência de alta no curto prazo, fugindo da indefinição apresentada pelas ações da Vale. Contudo, a quebra da linha de tendência levaria à correção com busca do patamar de R$ 72,00. Já no médio prazo volta-se ao movimento lateral, sem maior definição de comportamento, nem na alta nem na baixa.
Fonte
InfoMoney em 14/01/08
Investmaniacos (por e-mail)
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