A aversão ao risco parece ter tomado conta dos mercados na última semana e, a despeito da calmaria na agenda econômica desta segunda-feira (26), a retomada de divulgação de indicadores econômicos norte-americanos na próxima terça-feira tem potencial para mexer novamente com os ânimos do mercado. Novidades decorrentes do noticiário corporativo também terão importante papel ao longo da semana.

A semana que se encerrou no dia 23 de novembro foi marcada por recessos no Brasil e EUA, liquidez limitada em alguns dias, mas, ainda assim, com evidências de avanço da aversão ao risco. Os dados econômicos agendados para esta semana, ao trazer subsídios para novas projeções, poderão influenciar significativamente os negócios caso fujam das expectativas do mercado.

Indicadores não devem demonstrar danos

As projeções para os indicadores, no entanto, ainda não parecem indicar que os mesmos possam captar uma deterioração significativa do cenário econômico norte-americano, temor central dos investidores, sobretudo após a redução das expectativas do Federal Reserve para o crescimento do PIB norte-americano. Os indicadores referem-se aos meses de outubro ou novembro.

Dentre os principais dados agendados para a semana, merecem atenção especial os da confiança do consumidor (Consumer Confidence), a revisão para o PIB do terceiro trimestre, dados do mercado imobiliário ( Existing Home Sales, New Home Sales), dos gastos dos consumidor (Personal Spending) e, finalmente, da inflação (Core PCE Inflation).

Para o primeiro, espera-se um recuo frente ao mês de outubro, o PIB, porém, deverá mostrar expressiva aceleração do crescimento frente à medição anterior. Já os dados do mercado de imóveis, que vem sendo penalizados nas últimas medições, devem mostrar um pequeno recuo, de acordo com as projeções do mercado. Para os gastos dos consumidores e inflação, por sua vez, são esperados repetição do desempenho anterior.

Aversão ao risco em alta

A semana que se encerrou trouxe escalada da aversão ao risco: o preço dos Treasuries (títulos do Tesouro dos EUA) de dois anos caminhou rumo à sua maior alta semanal em cinco anos, o rendimento do papel de 10 anos chegou a ficar abaixo de 4,0% ao ano, pela primeira vez desde 2005, e o risco-país avançou 31 pontos-base em um intervalo de 30 dias, ao atingir 237 na sexta-feira.

Em períodos de incerteza e cautela, como o quadro que consolidou com as perdas nos mercados de crédito e dificuldades para predizer o desempenho da maior economia do planeta, investidores tendem a buscar a segurança dos Treasuries, considerados pelo mercado como ativos isentos de risco, em detrimento de ações, movimento que ficou evidente na última semana com o fechamento dos mercados acionários de EUA e Brasil em baixa na semana.

Sem grandes novidades, volatilidade deve continuar

Se confirmadas as expectativas dos analistas, os indicadores ainda não trarão consigo as extensões totais das perdas decorrentes do segmento de crédito subprime sobre os demais setores da economia, de forma que as incertezas acerca do cenário prospectivo para a economia norte-americana não deverão diminuir significativamente e, junto da incerteza, deverá ser observada a manutenção da volatilidade, como tem sido comum nos últimos pregões.

Fonte


InfoMoney em 26/11/07

Investmaniacos (por e-mail)

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