A análise técnica ou análise gráfica, entre as diversas definições encontradas, pode ser conceituada como a escola de análise financeira que estuda o movimento dos mercados e de seus ativos através do uso de gráficos, com o propósito de determinar tendências futuras de preço. Seu interesse é exclusivamente pelo desenvolvimento e variação dos preços dos ativos, não considerando os fundamentos dos mesmos.
Sua fundamentação teórica esta baseada na teoria formulada no inicio do século XX por Charles Dow, fundador e editor do Wall Strett Journal. Em seu jornal, Dow analisava e comentava o desenvolvimento do mercado, além de publicar dois índices: a Média Industrial (com 12 ações de primeira linha) e a Média Ferroviária (que compreendia 12 ações de ferrovias).

Apesar da fundamentação teórica da análise técnica estar baseada na teoria de Dow, o próprio nunca chegou a escrevê-la. Esta foi documentada mais tarde, em 1932, quando Robert Rhea (americano e editor de uma Newsletter) publicou o livro chamado “The Dow Theory”, organizando e compilando as idéias de Dow.

Mais tarde outras teorias foram criadas, como a Teoria de Ondas de Elliot, formulada por Ralph Nelson Elliot, baseada no movimento cíclico da natureza, como por exemplo as marés que se repetem indefinidamente. Porém, a teoria mais conhecida, utilizada e aceita até os dias atuais é a Teoria de Dow.

Teoria de Dow

A Teoria de Dow é a principal base da análise gráfica. Ela é composta por 6 princípios básicos, descritos abaixo.

  • Princípio 1: Os Preços Descontam Tudo

Os preços representam a ação conjunta de inúmeros investidores, desde os mais bem informados até os muito inexperientes. Portanto, na variação diária dos preços já estão incluídos e descontados todos os eventos que irão acontecer e que são desconhecidos pela maioria dos investidores, refletindo todos os fatores que afetam a relação de oferta/demanda.

  • Princípio 2: Tendências do Mercado

O segundo princípio de Dow afirma que o mercado possui três tendências de movimento: primária, secundária e terciária.
A tendência primária é a tendência principal de um mercado. Sua duração é superior a 1 ano. É um movimento longo que pode ser de alta ou de baixa, e que leva à uma grande valorização ou desvalorização dos ativos. A tendência secundária surge como correções da tendência principal primária, com duração de 3 semanas até alguns meses. Por fim, tem-se a tendência terciária, que acontece como correções nos preços da tendência secundária, com duração menor que 2 ou 3 semanas. Abaixo, a figura mostra as diferentes tendências do mercado.

Figura: As tendências do mercado segundo Dow: tendência primária de baixa e de alta. Gráfico Ibovespa Dário de 09/09/1999 até 01/09/2006.
  • Princípio 3: As Três Fases dos Movimentos

Caracterizando aspectos psicológicos marcantes do mercado, Dow fez algumas observações sobre os movimentos de preços. Ele dividiu estes aspectos psicológicos nos mercados de alta e de baixa, tendo cada um 3 fases.

Mercado de Alta

Fase 1: No início da alta o mercado começa a ser propulsionado por investidores mais qualificados capazes de perceber novas oportunidades. Enquanto isso, a maioria acredita que o pior ainda está por vir, permitindo a compra de papéis muito baratos. As notícias apresentadas pela mídia refletem as expectativas negativas da maioria.
Fase 2: A segunda parte é uma aceleração mais acentuada do movimento. A pressão compradora aumenta bastante.
Fase 3: A terceira fase é marcada por grandes altas. Os participantes do mercado, de maneira geral, estão cada vez mais seguros de seus lucros e os investidores mais bem preparados começam a vender suas posições. A grande massa de investidores está em clima de euforia que se realimenta diariamente nos noticiários. Está aberta a possibilidade para a fase 1 do mercado de baixa.

Fases do Mercado de Baixa

Fase 1: Nesta fase os profissionais e investidores de elite vendem seus ativos, iniciando a retração.
Fase 2: É uma etapa marcada por um grande nervosismo, os investidores percebem o equívoco e tentam se desfazer de suas posições.
Fase 3: Com as grandes perdas e ativos muito desvalorizados a pressão vendedora se dissipa e oportunidades para uma nova alta começam a surgir.

  • Princípio 4: Confirmação

O princípio da confirmação afirma que para uma reversão de tendência ser válida, o fato deve ocorrer em dois índices de composições distintas. Assim, um índice confirma o outro, demonstrando que não se trata de uma oscilação temporária do movimento. Como exemplo, em uma alta ou baixa, o Índice Ibovespa deve ser confirmado pelo Índice IBX

  • Princípio 5: Volume Deve Confirmar a Tendência

Segundo este princípio, em uma tendência principal de alta é esperado que o volume aumente com a valorização dos ativos e diminua nas reações de desvalorização. Em uma tendência principal de baixa é esperado que o volume aumente com a desvalorização dos ativos e diminua nas reações de valorização.

  • Princípio 6: A Tendência Continua Até Surgir um Sinal Contrário

Em seu ultimo princípio, Dow mostrou que apenas haverá uma mudança na tendência após um sinal definitivo. Assim, não haverá uma reversão apenas porque o mercado subiu ou caiu muito.

Para saber mais sobre análise técnica, visualize a apresentação da Corretora Souza Barros, apresentada na Expomoney 2007 (Curitiba).

Para acessar a apresentação, clique aqui.

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