Agosto mal começou, mas a Bovespa já conseguiu praticamente dobrar as perdas acumuladas em 2008. Até o fechamento de julho, a queda do Ibovespa havia atingido 6,86%, mas depois de cair mais de 3% nos dois primeiros pregões de agosto as perdas foram ampliadas para 12,96% em 2008 - 6,55% apenas este mês.

Hoje, o índice recuou 3,51%, a maior queda porcentual desde os 3,61% de 2 de julho. Em pontos, a Bovespa terminou em 55.609,1 pontos, menor nível desde 23 de janeiro, quando terminou em 54.234,8 pontos. Na mínima do dia, o índice registrou 55.367 pontos (-3,93%) e, na máxima, 57.647 pontos (+0,02%). O volume financeiro totalizou R$ 4,680 bilhões (preliminar).

A queda dos metais e do petróleo e a fuga de estrangeiros derrubaram as principais ações domésticas, com as blue chips e os papéis de primeira linha conduzindo o tombo. Nova York também ajudou, mas a queda lá foi bem mais tímida, justamente porque o componente petróleo serviu de freio às ordens de vendas.

O Dow Jones terminou recuou 0,37%, aos 11.284,2 pontos, o S&P caiu 0,90%, aos 1.2439,01 pontos, e o Nasdaq fechou com perdas de 1,10%, aos 2.285,56 pontos.

O principal indicador esperado para hoje nos Estados Unidos era o PCE. E ele não foi muito agradável. O núcleo do PCE, em base anual, subiu 2,3% em junho, acima da meta do Fed de variação de alta de 1% a 2%. O índice cheio avançou 4,1%, na comparação anual. Em relação a maio, o índice cheio PCE avançou 0,8%, a maior aceleração mensal desde 1981. Além disso, os gastos com consumo - responsáveis por dois terços da atividade econômica dos EUA - caíram 0,2% em junho em comparação a maio, em termos ajustados à inflação, a primeira retração desde fevereiro. A renda pessoal, por sua vez, subiu 0,1% em junho, menor aumento desde abril de 2007.

Além desses números ruins, o setor financeiro voltou a pesar hoje sobre os índices, depois da quebra do First Priority Bank, da Flórida, fechado na sexta-feira, e da queda do lucro do HSBC.

O petróleo ajudou Wall Street ao cair 2,95%, para US$ 121,41, mas prejudicou as ações da Petrobras, ainda afetadas com as vendas dos investidores estrangeiros. As ações ON da empresa terminaram em -5,13% e as PN, em -4,69%.

Mas foi a Vale quem roubou a cena do pregão ao derreter mais de 7% (-7,21% as ON e -7,15% as PNA). Além do fechamento em baixa dos metais e da fuga de estrangeiros, os investidores têm penalizado os papéis após a subscrição, no mês passado, e também em meio às notícias de taxação do setor pelo governo. A análise corrente dos especialistas, entretanto, é de que há exagero na queda. Os setores siderúrgico e bancário também despencaram hoje, respectivamente por causa dos metais e dos correspondentes norte-americanos.

Amanhã, o principal destaque da agenda é a reunião do Banco Central dos Estados Unidos, que deve manter a taxa de juro em 2% ao ano. A avaliação é de que os investidores já se protegeram do evento no pregão de hoje e, a menos que uma notícia muito ruim esteja no comunicado que traz a taxa de juros, pode haver espaço para compras.


Fonte:

AE Broadcast / EUM Investimentos

http://investmaniacos.blogspot.com/

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