Um ano de recordes e turbulências nos mercados financeiros em nível mundial. A agitação de 2007 resultou em volatilidade no fluxo de recursos externos direcionados à Bolsa de Valores de São Paulo. No final, a saída de capital acabou prevalecendo como reflexo da crise no setor imobiliário norte-americano.

Talvez pouco conhecida pelo mercado até o ano passado, a palavra subprime - empréstimo imobiliário para clientes com histórico de crédito duvidoso - se tornou neste ano peça obrigatória de um glossário financeiro. A inadimplência decorrente deste tipo de hipoteca, detonada no período de final de julho e agosto, afetou os ativos de grandes bancos de investimento dos EUA. O resultado foi uma reprecificação de ativos.

Diante do maior grau de aversão ao risco, a saída dos mercados emergentes para ativos considerados mais seguros, como títulos do governo norte-americano, foi predominante em diversos momentos de 2007. O saldo final foi negativo para a Bovespa, apesar do elevado número de IPOs (Initial Public Offering), dominada por estrangeiros, e a expectativa de o Brasil ingressar no seleto grupo de países com o selo de grau de investimento.

Números

Até o mês passado, terminaram com saldo positivo em termos de aplicações externas, os meses de fevereiro, março, abril, maio e setembro, contra janeiro, junho, julho, agosto, outubro e novembro no lado negativo. Em dezembro, até a última terça-feira (18), o saldo positivo acumulado foi reduzido para R$ 198,518 milhões.

No ano, entretanto, a bolsa registra saída líquida de recursos externos na faixa de R$ 5,169 bilhões. Os efeitos de uma debandada dos estrangeiros são significativos para o desempenho do mercado brasileiro. Em novembro, este grupo ampliou sua liderança na participação no volume de negociações, agora em 35,34%.

Considerando somente as ofertas de ações, o balanço não é ruim. Até o último mês, a bolsa acumulava fluxo positivo de recursos externos da ordem de R$ 44,048 bilhões via essas operações em 2007, elevando a entrada de capital estrangeiro no ano para R$ 38,680 bilhões, através de distribuição de papéis.

Na macroeconomia

Já quando considerados os investimentos diretos feitos na economia brasileira como um todo, o saldo é o maior da história. Turbinado pela onda de fusões e aquisições, entre janeiro e novembro, o ingresso de recursos foi de US$ 33,730 bilhões, o dobro do ocorrido no mesmo período de 2006 e acima do ano de maior entrada - que havia sido 2000, com US$ 32,779 bilhões -, segundo dados do Banco Central.

Fonte


InfoMoney em 21/12/07

Investmaniacos (por e-mail)

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