Mais um recorde do petróleo, indicadores econômicos norte-americanos ruins, expectativa com o relatório do mercado de trabalho nos EUA, ameaça terrorista e, principalmente, fuga de estrangeiros no Brasil levaram a Bovespa a registrar sua terceira maior queda porcentual do ano e atingir o menor patamar de pontuação desde 31 de março (60.968,1 pontos), ou seja, em mais de três meses.

O Ibovespa encerrou a sessão em queda de 3,61%, aos 61.106,2 pontos, a maior variação negativa desde a queda de 5,01% em 19 de março. O índice oscilou entre a mínima de 61.028 pontos (-3,74%) à máxima de 63.945 pontos (+0,87%). Em apenas dois pregões de julho, já acumula perdas de 6,02%. No ano, a queda é de 4,35%. O volume financeiro negociado hoje totalizou R$ 6,306 bilhões (preliminar).

Em Wall Street, o Dow Jones encerrou em queda de 1,47%, aos 11.215,5 pontos, o S&P em -1,82%, aos 1.261,52 pontos, e o Nasdaq em -2,32%, aos 2.251,46 pontos.

No início do dia, até parecia que o terror daria uma trégua aos mercados e as bolsas arriscaram operar em alta, ajudadas pelo anúncio do Deutsche Bank de que não precisará de novos aportes de capital para equilibrar sua posição financeira. Só que esse quadro logo mudou com os indicadores ruins e com as declarações do secretário do Tesouro dos EUA, Henry Paulson. Em Londres, ele afirmou que os bancos precisam de dinheiro novo, o que serviu de contraponto ao anúncio do Deutsche.

O principal número ruim que saiu hoje foi o de vagas da ADP. Foram fechados em junho 79 mil postos de trabalho no setor privado, ante corte de 20 mil previsto pelos analistas. Esse dado fez com que as piores previsões para o relatório do mercado de trabalho (que reúne também os números do setor público), que sai amanhã, ganhassem reforço. As expectativas são de que os dados oficiais (os números incluem setor público e privado) mostrem o encolhimento de 55 mil vagas.

Os investidores ainda reagiram ao relatório de um banco de investimentos, que não descartou a possibilidade de a General Motors ser obrigada a recorrer a concordata.

Na Nymex, o petróleo fechou num patamar inédito, aos US$ 143,57, em alta de 1,84%, e passou os US$ 144 no pregão eletrônico, valor também recorde. A alta decorreu na queda dos estoques do petróleo na semana encerrada em 27 de junho e também do enfraquecimento do dólar.

No Brasil, as ações da Petrobras até subiram no começo do dia, mas também não conseguiram resistir à onda de vendas que varreu o mercado doméstico - o que ela vinha conseguindo fazer nos últimos pregões. Hoje, o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, afirmou que o aumento do preço do petróleo no mercado internacional não será repassado aos preços da estatal.

Os estrangeiros não se desfizeram só de blue chips: apenas sete ações do Ibovespa fecharam em elevação. Na sexta-feira, é feriado nos Estados Unidos e, diante das condições adversas, eles não querem passar o final de semana prolongado comprados.

Em tempo: uma ameaça terrorista nos EUA também ajudou a tumultuar o quadro no mercado financeiro. A polícia fechou a maior parte do Aeroporto Internacional de Los Angeles, todas as decolagens foram canceladas e todos os vôos com destino à cidade foram redirecionados. Um suspeito foi preso e será interrogado.

Fonte:
AE Broadcast / EUM Investimentos

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