A recessão bate na porta da maior economia do mundo e assusta investidores por todo o globo. Analistas já começam a visualizar a crescente probabilidade da construção deste cenário e a prever um quadro incerto para o mercado financeiro.

No posto de maior economia do mundo, uma desaceleração nos EUA também afeta os resultados de companhias brasileiras, além de reduzir os investimentos estrangeiros na bolsa, prejudicando o mercado como um todo.

Seis analistas de diferentes instituições consultadas pela InfoMoney na segunda semana de janeiro indicaram ações mais adequadas para o investidor que deseja manter alocação de recursos na bolsa em um ambiente com a economia norte-americana em recessão.

Resultados sólidos

"O investidor tem que fugir de apostas nesta hora e buscar empresas com histórico de resultados sólidos", explica Fausto Gouveia, analista da Win, homebroker da Alpes Corretora. A sua carteira tem ativos como Petrobras, Vale, Itaú, Usiminas, BM&F e Sadia.

Catarina Pedrosa, chefe do departamento de análise para a América Latina do Banif, também aposta nas ações da Vale. "Os EUA não compram minério de ferro e a demanda na China deve seguir aquecida". Apesar de não trabalhar com um cenário recessivo em suas projeções, a analista escolhe os papéis do Bradesco, Vale e MMX.

Aposta no Brasil

Entre as empresas mais citadas, destaque às ligadas ao consumo interno, que devem tirar proveito do momento favorável da economia brasileira. "O varejo terá mais um ano forte", diz Rafael Cintra, analista da Link Investimentos.

Em sua lista, Cintra insere Lojas Americanas, B2W, Perdigão, Embraer, Suzano Papel e Celulose, Duratex, Cemig e CPFL Energia. "Quem deseja assumir riscos pensando no médio e longo prazo, precisa focar em ações ligadas ao consumo, geração de caixa e dividendos", avalia Gustavo Barbeito, analista da Prosper Gestão de Recursos.

Indicações para recessão nos EUA

Instituição

Recomendações

Instituição

Recomendações

Prosper Gestão

CPFL Energia, Cemig, Bradesco, Itaú, Guararapes, CCR Rodovias, Vale e Petrobras

Banif

Bradesco, Vale (VALE5) e MMX Mineração

Win (Alpes Corretora)

Vale, Petrobras, Itaú, Sadia, BM&F e Usiminas

Ativa Corretora

Telesp, CSN, Souza Cruz, Coelce, AES Tietê, Sabesp, Banco do Brasil, Bradesco, Transmissão Paulista e Terna

ABN AMRO Real Corretora

Sadia, Perdigão, Ambev, Usiminas, Bradesco, Itaú, Unibanco, MRV, Rossi, Rodobens, Duratex, Cemig, CPFL Energia, Copel, Eletropaulo, Tractebel, Telesp, Lojas Americanas e Petrobras

Link Investimentos

Lojas Americanas, B2W, Perdigão, Embraer, Suzano Papel e Celulose, Duratex, Cemig e CPFL Energia

*Fonte: Instituições consultadas

O analista, que espera um ano difícil para o investimento em ações, sugere alocação em CPFL Energia, Cemig, Bradesco, Itaú, Guararapes, CCR Rodovias, Vale e Petrobras. "Se a recessão se confirmar, as bolsas globais irão refletir a aversão ao risco de forma generalizada", prevê Pedro Galdi, analista da ABN Corretora.

Galdi também lista papéis relacionados ao consumo interno como Lojas Americanas, além de apostar em empresas de construção civil com foco em baixa renda a exemplo de Rossi, MRV e Rodobens. Os setores de energia e telefonia fixa também foram lembrados.

Dividendos

Para Mônica Araújo, analista da corretora Ativa, uma posição mais defensiva seria construída com empresas que tenham uma menor variação e com alto nível da geração de caixa, o que reduziria problemas para um possível refinanciamento.

Sob esta perspectiva a analista lista papéis como Sabesp, Banco do Brasil, Bradesco, Transmissão Paulista, Terna e Telesp. A analista ainda lembra da Coelce, AES Tietê, Souza Cruz, CSN e novamente Telesp como ações que podem gerar dividendos.

Mônica, entretanto, alerta: "Isso não quer dizer que as empresas mais defensivas não terão um comportamento parecido ao do índice".

Fonte:

InfoMoney em 10/01/08

Investmaniacos (por e-mail)

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