Uma safra de indicadores ruins na Europa e Estados Unidos promoveu uma onda de aversão a risco que conduziu a Bovespa ao menor nível de pontuação em mais de um ano e a encerrar na terceira maior queda porcentual de 2008.

O índice terminou o dia em baixa de 3,96% - perdendo apenas para os -6,6% de 21 de janeiro e os -5,01% de 19 de março - aos 51.408,5 pontos, menor pontuação desde os 49.815,1 pontos de 21 de agosto do ano passado. Com o desempenho de hoje, nas quatro sessões de setembro, o Ibovespa acumulou perdas de 7,67% e, no ano, o resultado negativo está em 19,53%. O índice oscilou hoje entre a mínima de 51.157 pontos (-4,43%) e a máxima de 53.749 pontos (+0,42%). O volume financeiro totalizou R$ 5,217 bilhões (preliminar).

E nada indica que amanhã o dia será melhor. Grande parte do mau humor de hoje decorreu de dados que mostraram enfraquecimento do mercado de rabalho norte-americano e, na sexta-feira, sai o principal indicador deste segmento, o payroll, com expectativas nada favoráveis. Segundo analistas, não é impossível a Bovespa romper os 50 mil pontos. Mas isso ainda não serve de justificativa para revisões nas previsões de 2008: eles ainda prevêem fechamento de 65 mil a 75 mil pontos.

Nesta quinta-feira, as notícias ruins vieram da Europa, com a revisão em baixa do PIB da zona do Euro e dados de enfraquecimento da demanda doméstica na Alemanha. Nos Estados Unidos, o número de pedidos de auxílio-desemprego subiu 15 mil na última semana, ante expectativa de que cairia 5 mil e o custo de mão-de-obra foi revisado para -0,5%, ante +1,3% anunciado antes, um sinal de enfraquecimento do mercado de trabalho. As varejistas ainda apresentaram vendas menores em agosto e o setor financeiro esteve no foco com a notícia de que Korea Asset Management (Kamco) estaria revendo seus planos para investir nos créditos podres do Lehman Brothers e do Merrill Lynch.

Em Wall Street, o Dow Jones recuou 2,99%, aos 11.188,2 pontos, o S&P terminou em queda de 2,97%, aos 1.237,09 pontos, e o Nasdaq recuou 3,20%, para 2.259,04 pontos.

O sinal de enfraquecimento da atividade levou os investidores a se desfazerem de ativos de risco, o que responde pela fuga de estrangeiros vista hoje na Bovespa. As commodities caíram e reforçaram as vendas em Vale e Petrobras, que caíram acima de 3%.

Na Nymex, o contrato para outubro do petróleo terminou em US$ 107,89 (-1,34%), Petrobras ON perdeu 3,67%, PN, 3,53%, Vale ON, -3,03%, e PNA, -3,11%.

Apenas seis ações do Ibovespa não caíram e as maiores altas foram Comgás PNA, +1,59%, e CCR ON (+0,71%).

Fonte:

AE Broadcast / EUM Investimentos

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