Depois da euforia da última sexta-feira, o mercado financeiro voltou ao seu ramerrame habitual, hoje focado sobre os desdobramentos do socorro que o governo norte-americano dará ao sistema financeiro. À espera dos detalhes do pacote de US$ 700 bilhões, encaminhado ao Congresso no final de semana, os investidores adotaram a cautela. O temor de que os parlamentares possam dificultar a aprovação ou colocar medidas que encareçam a ajuda, por exemplo, levou muitos investidores a vender ativos e se refugiar em outros menos arriscados. As commodities, hoje, voltaram a desempenhar tal papel.

 

A Bovespa até ensaiou uma elevação na abertura e em vários momentos do pregão ficou no azul. Mas não conseguiu manter o desempenho, já que Wall Street jogava contra. O Ibovespa acabou terminando em baixa de 2,86%, aos 51.540,58 pontos, depois de oscilar entre a mínima de 51.530 pontos (-2,87%) e a máxima de 53.455 pontos (+0,75%). No mês, as perdas somam 7,43% e, no ano, -19,32%. O giro financeiro totalizou R$ 5,352 bilhões. Os dados são preliminares.

 

As ações da Petrobras fizeram contrapeso ao sinal negativo na maior parte do pregão, já que subiam puxadas pela disparada do petróleo. Em Wall Street, o vencimento do contrato de outubro da commodity terminou em US$ 120,92, alta de 15,66% na New York Mercantile Exchange (Nymex), com os traders aparentemente menos preocupados com a economia americana depois do plano de socorro anunciado pelo governo. A forte queda no dólar também ajudou os preços da energia a subir.

 

Mas a alta do petróleo somou-se às preocupações com o pacote do governo norte-americano e levou as ações a fecharem com quedas superiores a 3% nos EUA: o Dow Jones caiu 3,27%, aos 11.015,69 pontos, o S&P, de 3,82%, a 1.207,09 pontos, e o Nasdaq, de 4,17%, aos 2.178,98 pontos. Os dados são preliminares.

 

O plano de compra de créditos podres das instituições financeiras norte-americanas pode mexer com muitas carteiras, e, em meio às incertezas, os investidores tentam se reposicionar no mercado. Nas bolsas, as ações de instituições financeiras estiveram no centro das vendas hoje, enquanto as empresas de energia seguiram como o único setor a registrar ganhos.

 

Em linhas gerais, o governo encaminhou ao Congresso um plano em que pede autorização para que o Tesouro possa recomprar hipotecas e dívidas podres até US$ 700 bilhões ao longo dos próximos dois anos. O documento ainda prevê o aumento do limite de endividamento do setor público de US$ 10,6 trilhões para US$ 11,3 trilhões. Mas o pacote pode ter dificuldades de passar no Congresso, onde os democratas querem acrescentar algumas cláusulas, como limites às compensações para os executivos e a permissão para que o governo tome ações de qualquer instituição financeira que aderir ao programa.

 

Os temores sobre o que vai acontecer nesta semana, quando tem que sair uma decisão do Congresso - na sexta-feira os parlamentares entram em recesso - também fizeram com que as bolsas européias recuassem. Em uma sessão de volumes pequenos, o foco europeu foi amplamente dirigido aos papéis de bancos e de instituições financeiras, em meio à nova configuração do Morgan Stanley e do Goldman Sachs em Wall Street. As duas instituições conseguiram autorização do Fed para se tornarem holdings bancárias, o que lhes permite acessar permanentemente a janela de redesconto do Fed e facilitar o acesso à fonte de recursos estáveis. A mudança, no entanto, colocará ambas as instituições sob a supervisão dos reguladores bancários dos EUA, e não somente sob a fiscalização da Securities and Exchange Comission (SEC).

 

O índice FTSE 100, da Bolsa de Londres, encerrou em queda 1,41%, a 5.236,2 pontos. Em Paris, o índice CAC-40 fechou em baixa de 2,34%, para 4.223,51 pontos, com ações de indústrias pesadas e orientadas ao mercado lideraram as perdas. Em Frankfurt, o índice DAX cedeu 1,32%, cotado a 6.107,75 pontos.

 

No Brasil, as ações PN da Petrobras acabaram devolvendo no fechamento a alta registrada durante todo o pregão. Recuaram 0,23%, embora as ON tenham subido 0,23%. Hoje, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou, por meio de sua assessoria, que governo vai permitir o uso do FGTS para capitalizar a Petrobras, como havia informado a Folha de S.Paulo no final de semana e depois confirmado o ministro do Trabalho, Carlos Lupi. Segundo o ministro, em nenhum momento se cogitou a utilização do FGTS para capitalizar a Petrobras.

 

Apesar da alta os metais, Vale e siderúrgicas também fecharam em baixa, assim como o setor bancário.

 

Fonte:

 

AE Broadcast / EUM Investimentos

 

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