O ano está chegando ao fim e, com isso, começam a despontar cenários e perspectivas para 2008. Nesta segunda-feira (19), o Santander traçou suas projeções para as empresas latino-americanas, as quais sugerem, de uma maneira geral, bons ventos para a região.

Entre as 41 ações favoritas, a instituição elegeu 15 como Top Picks, sendo que, destas, seis são brasileiras: Unibanco, Romi, Brasil Telecom, Petrobras, Vale do Rio Doce e Lupatech. Ou seja, de acordo com o Santander, para 2008 não faltarão boas opções por aqui. Fora do Brasil foram eleitas: GAP, ICA, Homex, America Movil, La Polar, D&S, Bancolombia, Pampa e Buenaventura.

Ebitda e lucros em alta

De uma forma geral, os analistas esperam que 2008 seja um ano marcado por melhores preços das commodities, pelo consumo privado em alta e por uma dinâmica interna de cada país capaz de garantir um crescimento de dois dígitos para a América Latina.

O banco projeta para lucros e Ebitda (medida de geração operacional de caixa) expansões da ordem de 14,6% e 13,2%, respectivamente. Para as ações ligadas ao desempenho das commodities, a expectativa para o crescimento do Ebitda é de 12,2%, ao passo que para o das demais é projetada uma expansão da ordem de 13,9%.

A região toda deve ser caracterizada por um consumo privado mais forte e pelo crescimento do crédito e, no caso do Brasil, investimentos em infra-estrutura e a tendência de consolidação em vários setores são diferenciais.

Múltiplos por demais elevados?

Agora, o bom desempenho recente destes mercados coloca em questão se ainda há espaço para novos ganhos. De fato, de acordo com o Santander, a América Latina tem sido negociada a múltiplos elevados em comparação com a série histórica.

Entretanto, os analistas ressaltam que ajustado pelo novo portfólio de risco da região, em que nos próximos dois anos mais de 82% do Produto poderia ser gerado em países com grau de investimento, tais preocupações são reduzidas significativamente.

Ademais, em um contexto de liquidez elevada e relativa atratividade dos mercados emergentes em relação aos países desenvolvidos, a expectativa é de que exista, sim, espaço para novas valorizações.

Mas, naturalmente, há riscos

O cenário é positivo, mas expostos a riscos, sendo que os principais estão ligados ao front externo, a saber, menor apetite pelo risco, maior atratividade da renda fixa e deterioração da avaliação dos mercados emergentes.

Ademais, o "risco-chave" a ser monitorado é o impacto de uma desaceleração do crescimento nos EUA nas empresas da América Latina expostas a este mercado. Internamente, uma aceleração exagerada do crescimento e a oferta de energia são os principais fatores de risco.

IPO: sem euforia

Finalmente, o banco reportou um estudo sobre os IPOs na região, em especial no Brasil, o qual concluiu que a recente performance das estreantes em bolsa sugere certos sintomas de esgotamento.

Apesar disso, os analistas acreditam que a atividade no mercado de capitais continuará forte em 2008 e que a dinâmica positiva em termos de fluxo poderá, facilmente, absorver as novas ofertas. Entretanto, seletividade e precificação justa continuarão o nome do jogo, concluiu a instituição.

Fonte

InfoMoney em 19/11/07

Investmaniacos (por e-mail)

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